sexta-feira, 18 de abril de 2014

O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA


 Hoje acordei, mais do que nunca, lembrando de todo o processo de sofrimento do Senhor Jesus Cristo. Gostaria de compartilhar com vocês, resumidamente, algumas cenas daquele dia. Dia de sofrimento, dor e tristeza; todavia, aquele foi o dia da nossa eterna vitória; o dia da nossa salvação!

Não vou me preocupar em dar todos os detalhes. Mas apenas expor as lembranças que dominam minha mente [e aquecem meu coração] nesse exato momento.



Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes,
E disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata,
E desde então buscava oportunidade para o entregar.
Mateus 26:14-16



Judas Iscariotes era um dos doze. Silencioso em quase todas as narrativas bíblicas, geralmente abria a boca para expressar aquilo que preenchia o seu coração: avareza: "Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:
Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?
Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava."
João 12;4-6


Creio que Judas não acreditava no senhorio messiânico de Jesus, visto que ele nunca o chamou Senhor; preferia usar o termo "Rabi", que significa mestre. Para Judas, Jesus era apenas um professor. Mas Judas não aprendeu nada.

A responsabilidade da traição é de Judas mas tudo isso aconteceu para que se cumprisse os desígnios eternos de Deus.

Há alguns versículos do Velho Testamento que apontam para a traição, alguns mais especificamente do que outros, veja dois a seguir:

Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar”(Salmo 41:9, veja sua realização em Mateus 26:14, 48-49). Também: “E eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o que me é devido; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário, trinta moedas de prata. Ora o Senhor disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor” (Zacarias 11:12-13, veja a realização dessa profecia em Mateus 27:3-5). Essas profecias do Velho Testamento indicam que Deus já sabia da traição de Judas e que Ele já tinha planejado soberanamente a forma pela qual Jesus iria morrer.


A SANTA CEIA


E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos;
Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.
Mateus 26:26-29

Tudo havia sido preparado. Jesus e os doze sentam ao redor da mesa para comerem a páscoa. Um assunto não muito comum é trazido à tona pelo Mestre: E, comendo eles, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair. Mateus 26:21
Todos se espantam e duvidosos, perguntam quem seria o traidor. Jesus já sabia. Judas, o traidor, também. Jesus anuncia quem seria o traidor dando-lhes um sinal (Mt 26:23-25). Após esse anúncio tenso, Jesus serve a ultima ceia, mesmo com o traidor à mesa. O corpo e sangue de Jesus, simbolicamente representados pelo pão e pelo vinho, naquele momento estava selando a comunhão de onze deles e a condenação daquele que haveria de o trair.

Depois de Jesus expor o que aconteceria, e dizer que todos se escandalizariam dele, Pedro diz que nunca se escandalizaria de Cristo. Jesus diz à Pedro que o mesmo o negaria mas Pedro não concordo com o Mestre e declara: Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo. Mateus 26:35

Pobre e precipitado Pedro...
Mal sabia o que estava para acontecer.

GETSEMANI

E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. Mateus 26:42

Fico imaginando o quão tenso foi aquela noite. A angustia que estava pairando sobre aquele lugar. Jesus então sofre de hematidrose (Um fenômeno raríssimo. Uma fraqueza física excepcional onde o corpo inteiro dói, acompanhada de um abatimento moral violento causada por uma profunda emoção, por um grande medo. Apenas um ato destes pode causar o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas onde o suor anexa-se ao sangue formando tal fenômeno. A hematidrose pode ser mais entendida com uma transpiração de sangue acompanhada de suor.)

Qual o motivo de tanto medo para o Filho de Deus? Será que era medo do quanto ele apanharia? Tenho certeza que todo o sofrimento que Jesus teve nas mãos dos soldados, seria o motivo suficiente para tamanho medo. Mas desconfio que "o cálice" que Cristo temeu não foi o cálice das chicotadas, dos espinhos, da lança. O cálice que Cristo temeu foi A MÃO DO PAI TODO PODEROSO ESMAGANDO-O. O profeta já havia dito: Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Isaías 53:10

Os pecados de todos os eleitos estavam sendo no Filho, castigados brutalmente pelo Pai Onipotente.



Naquela noite Jesus foi traído pelo seu discípulo. Um beijo selou a traição. Estava se cumprindo todas as profecias vétero-testamentárias à respeito da traição. O Bom Mestre fora vendido por míseras 30 moedas. Aproveito para lembrar quantos discípulos nos nossos dias tem vendido o Mestre em seus púlpitos. Judas foi apenas o primeiro a fazer a prática mais comum dos midiáticos pregadores atuais.


PEDRO NEGA A JESUS


Pedro sempre falou demais. Era espontâneo. Dizia aquilo que vinha em mente, sem se importar com a veracidade de suas afirmações.
Jesus tinha dito que Pedro o negaria. Pedro disse que nunca faria tal coisa. Pelo contrário, morreria por Cristo se fosse preciso. Como sempre, a razão estava nos lábios do Mestre:

Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu.
Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.
E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno.
E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem.
E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia.
Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.
E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente. Mateus 26:69-75

MOMENTOS FINAIS

Jesus já estava sofrendo nas mãos dos homens. Começaram os interrogatórios, os socos, cuspidas, insultos. Judas, cheio de remorso, suicidou-se. Pedro negou conhece-lo. Os outros discípulos sumiram. Ele foi rejeitado quando Pilatos coloca nas mãos do povo o poder de conceder liberdade a um dos dois prisioneiros ali presente. O povo preferiu um bandido perigoso - Barrabás.
Coroa de espinhos foi colocada na cabeça do Rei dos reis. Quantos insultos! Quanta humilhação! 
Sua condenação era a cruz. Sua bebida obrigatória: vinagre com fel. 
Já na cruz de sua morte, era insultado, zombado. Nu e muito ferido, estava sendo ridicularizado. Mas ainda naquela rude cruz, salvou a alma de um ladrão que estava prestes a morrer.



E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito.
E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras;
E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados;
E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.
E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus. Mateus 27:50-54 

Sim, Ele é o Filho de Deus! O Cordeiro santo que tira o pecado do mundo! 

O Pai esmagou o seu Filho na cruz para saciar a sua justiça.

Nós merecíamos o inferno, a dor eterna e todo sofrimento possível porque éramos por natureza inimigos de Deus. Mas Deus envia o seu único Filho para sofrer em nosso lugar.

Quanto amor! Não há amor como este! 
Que Deus seja louvado eternamente! 
Ele nos salvou e hoje não há condenação para os que vivem em Cristo Jesus.

Essa é a verdadeira páscoa! Cristo humilhado, insultado, morto por nós.

O mundo quer tirar o foco da cruz. Deu á um coelho a glória que é de Jesus. Deu ao chocolate o domínio que é do sangue de Cristo.

Não continue a viver como se não houvesse Cristo.

Se arrependa dos seus pecados e viva para exaltar e anunciar tudo o que Jesus fez por nós!

Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.
Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.
E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Isaías 53:3-10


Bruno Fernandes





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