domingo, 16 de novembro de 2014

Seu sofrimento: prova do amor de Deus.

Seu sofrimento: prova do amor de Deus.

Como assim? Você está me dizendo que o meu sofrimento é uma prova do amor de Deus ? Que absurdo!

Sim, permita-me explicar! Antes de mais nada, veja o que diz este verso da Bíblia. Marcos 4:40 diz:

"Por que estais tão amedrontados..?"

Caramba. Com toda reverência, esta pergunta de Jesus nos parece um tanto ilógica e fora do normal. Os discípulos e Jesus estavam no barco, então começa uma grande tempestade a ponto do barco chegar a inundar e todos morrerem caso não houvesse uma intervenção. Mas o que acontece? O filho de Deus, Jesus o Senhor, estava dormindo. Em outras palavras, estava aparentemente nem aí para a situação pois estava dormindo devido ao cansaço físico que sentira. Jesus estava no barco, a tempestade estava forte, e Jesus estava dormindo. Que cena! Quero que você pense comigo.

Se Jesus estava no barco, pela ótica humana, não deveria ter nenhuma tempestade ou qualquer outro problema. Mas tudo bem, as tempestades chegam em nossa vida, isto é inevitável. Mas o real problema não é a tempestade em si, mas a atitude de Jesus em relação a tempestade, e a incrível pergunta que ele faz aos seus amigos que estavam com medo. Jesus pergunta "por que vocês estão com medo?" Sim, estava na cara porque eles estavam com medo. Quem não sentiria medo diante de uma situação desta? Todos nós ficaríamos com medo. Mas a pergunta de Jesus, é muito sábia e revela o que realmente os discípulos queriam dizer quando afirmaram:

"Mestre, não te importas que pereçamos?" 

Na verdade, o que os discípulos estavam dizendo era "Senhor, cadê o seu amor? Não estás vendo o que estamos passando?" Eles colocaram em cheque o amor e cuidado do mestre Jesus. Nós somos assim. Quando as tempestades chegam em nossas vidas, duvidamos da bondade e do amor de Deus. Nós não queremos sofrer, e quando sofremos achamos injusto, e um desamor da parte de Deus.

Entenda. Quando Jesus perguntou porque eles estavam com medo, Ele estava dizendo " quem disse que vocês não passariam por tempestades e lutas?" Jesus não nos prometeu uma vida boa aqui e agora; enquanto estivermos nesta terra, sofreremos. Jesus prometeu a sua presença em meio ao nosso sofrimento. Sua presença de paz e alegria, o Deus conosco. Ele pode acalmar as tempestades, enxugar o nosso choro e fazer cessar aquilo que nos faz chorar; mas ele pode também nos provar, com um fim de nos aperfeiçoar para sermos parecidos com Jesus, e este é o alvo de Deus em usar o nosso sofrimento.

Lembre-se, tudo coopera para o nosso bem. Tudo. Quando Paulo diz em Romanos 8 que nada pode nos separar do amor de Deus, ele lista algumas coisas que poderiam ser possíveis, mas que não são, que poderia nos afastar do amor de Deus. A lista segue:

Tribulação
Angústia
Perseguição 
Fome
Perigo
Espada
Morte

E tantas outras coisas. Sabe o que é extraordinário? É que Paulo não colocou na lista:

Saúde 
Amor
Conta bancária gorda
Vida tranquila

Sabe por que? Porque quando estamos bem, não duvidamos do amor e da bondade de Deus. Somente no meio do sofrimento duvidamos se Deus realmente nos ama. Mas Deus está nos dizendo em Romanos 8:

"Veja o quanto eu estou amando você no seu sofrimento. Veja o quanto eu estou amando você no meio da tempestade"

Jesus pode resolver nossos problemas, mas entenda que Deus usa o seu sofrimento para um fim glorioso. As vezes Deus não muda a situação porque quer nos mudar na situação. Veja o quanto Deus está amando você no seu sofrimento. Descanse seu coração na soberania do Senhor, ele te ama e sabe o que está fazendo. Somente uma palavra dele, e o mar se acalma.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Não quero voltar ao primeiro amor

É muito conhecida a expressão “voltar ao primeiro amor”. Ela está em Apocalipse 2.4, quando Deus puxa a orelha dos cristãos da cidade de Éfeso por terem “abandonado o primeiro amor”. É interessante que, por causa dessa passagem, é popularmente difundida a ideia de que o “primeiro amor” é o estado ideal e a meta de todo cristão. Que sentir e fazer por toda a vida o que se sentia e se fazia no início da caminhada cristã é o que Jesus espera de todos nós. Particularmente, eu discordo disso. Por estranho que possa parecer, não penso que o primeiro amor seja o estado ideal para todos os cristãos. Para muitos sim, mas não para todos. Acredito mais que, em nossa espiritualidade, devemos procurar viver o “segundo amor”. Esquisito? Permita-me explicar.

Em geral, quando nos referimos a esse “primeiro amor”, o associamos a uma certa empolgação; a um sentimento de busca profunda de Deus; a uma vontade constante de evangelizar, de pensar e agir o tempo todo por Jesus. Sabe aquele sentimento de empolgação que você sente no início de um namoro? Seria mais ou menos a isso que associamos esse estado espiritual mencionado em Apocalipse. Só que, quando analisamos com calma o texto, vemos que não é bem isso o que ele diz.
primeiro amor2Veja: “Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não tem desfalecido. Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele” (Ap 2.2-5). Repare que Deus dá ordem para se lembrar “de onde caiu”. No contexto bíblico do processo de queda e restauração do homem, “cair” é um verbo usado como sinônimo de “viver de modo pecaminoso” (cf. 1Co 10.12-13). Se dizemos “fulano caiu”, automaticamente compreendemos que ele está vivendo em pecado e sem arrependimento. Isso é reforçado pelo que é dito a seguir aos cristãos de Éfeso: que, se os membros daquela igreja não se arrependessem, sofreriam consequências. E qual tipo de cristão precisa de arrependimento? Quem pecou.

Se a ideia popularmente difundida for correta, viver uma espiritualidade menos impulsiva, menos empolgada, menos assemelhada a uma paixão de início de namoro seria um pecado que necessita de arrependimento. Só que não é. Ninguém tem seu “candelabro” removido porque tornou-se menos empolgado. Isso ocorre se foram cometidos pecados. Portanto, conclui-se que o problema dos efésios é que estavam em um estado de transgressão e necessitavam de arrependimento, para retornar a realizar “as primeiras obras”, ou seja, as práticas de santidade que faziam parte de sua rotina antes dessa queda. Era uma igreja dedicada, sofredora e apologética – como o texto bíblico descreve com clareza -, mas que estava envolvida em algum pecado.

Entendo, então, que o problema da igreja de Éfeso não era estar vivendo uma vida espiritual menos eufórica – visto que essa interpretação é  incompatível com o que o Senhor fala nos versículos anteriores -, mas estava incorrendo em pecados de que necessitava se arrepender. Não consigo ver o “primeiro amor”, portanto, como um estado de euforia pós-conversão, como muitos apregoam, mas sim o estado de santidade que devemos viver ao longo de toda nossa vida.

primeiro amor3Tendo dito tudo isso, permita-me explicar, então, por que acredito que o “segundo amor” é mais desejável que o primeiro. E aqui o conceito que uso é o popular. Muitos creem, pela interpretação que entendo ser equivocada, de Ap 2.4, que aquela euforia do período imediatamente pós-conversão é o estado ideal de vida espiritual do crente. Não vejo assim. O início da caminhada cristã é uma fase de imaturidade e impetuosidade, ignorância bíblica e limitação teológica. Nessa fase, o cristão responde à graça de Deus, recebe o chamado do Espírito Santo, mas ainda engatinha na fé, bebe leite espiritual, o que é um estado imperfeito, como Hebreus 5.12-14; 1 Coríntios 3.1,2 e 1 Timóteo 3.6 deixam claro. Não é o padrão que Deus deseja para nós. Ele quer cristãos maduros, fortalecidos na Palavra, experientes. Somos convidados a buscar a maturidade espiritual e não a viver eternamente naquele estado inicial de impulsividade, grande emotividade e enormes limitações. Deus quer que fiquemos firmes na rocha, com solidez – não com empolgação.

Façamos uma analogia, por exemplo, com um casamento. Pessoas recém-casadas vivem numa enorme euforia, numa empolgação só, como se a vida a dois fosse uma eterna lua de mel: fazem caminhos de pétalas da porta à cama, preparam as comidas preferidas do cônjuge, deixam bilhetinhos em lugares estratégicos… vivem alegres o conto de fadas. Mas, passados os primeiros anos de casamento, se não foi desenvolvida uma maturidade naquele relacionamento ele vai se desgastar. Virão as necessidades práticas do dia a dia, as contas, a perda do pudor de soltar gases na frente do outro, a mulher descobrirá que o marido ronca, o marido descobrirá que a mulher tem mau hálito de manhã… a magia começa a ser substituída pelo mundo real. E, então, quem dependia do conto de fadas para ser feliz no matrimônio vai se decepcionar, esfriar, viver infeliz, se divorciar. Pois, se aquele “primeiro amor” é o estágio que traz felicidade, lamento informar aos sonhadores: ele não vai durar para sempre.

primeiro amor4Portanto, é o “segundo amor”, o que se solidifica passada a fase dos cuticutis iniciais de um casamento, que vai sustentá-lo. A maturidade. O amor sólido e perene. A capacidade de continuar dando a vida pelo outro pelo resto de seus dias. As gracinhas dos primeiros anos de matrimônio passam. O que permanece é o amor verdadeiro e maduro. Na vida espiritual é igual. O cristão que acha que deve buscar aquele cuticuti inicial com Deus como o modelo de vida espiritual vai viver uma espiritualidade limitada. Vai querer sempre buscar emoções. Ficará insatisfeito quando não sentir nada no culto. Vai se tornar viciado na empolgação que viveu nos primeiros tempos de convertido. Mas Deus procura verdadeiros adoradores e não adoradores empolgados.

Assim, biblicamente, “voltar ao primeiro amor” é o que precisa fazer o cristão que passou a viver na prática do pecado. Ele tem de abandonar suas transgressões, lembrar-se de onde caiu, arrepender-se e voltar a realizar as obras que praticava no início – as boas obras, fruto da fé salvífica. Já o cristão que vive em intimidade com o Senhor e que, apesar de seus pecados, não se conforma com eles e se esforça em viver em santidade, esse deve viver o “segundo amor”. Maduro. Sólido. Consistente. Consequente. Duradouro.

Ao contrário do que diz a música, eu não quero voltar a esse “primeiro amor” que a cultura popular estabeleceu. Quero viver no “segundo amor”. Nas vezes em que eu descarrilei no meio do caminho, não só quis, mas precisei voltar ao primeiro amor. Mas, enquanto estiver nos trilhos, não. Pois desejo que minha vida com Deus seja uma linha ascendente, cada vez com mais intimidade, conhecimento, crescimento e maturidade. Uma evolução. E nunca um retrocesso.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

sábado, 16 de agosto de 2014

O segredo da felicidade

O mundo ficou chocado com o anúncio do suicídio do genial ator Robin Williams. Uma série de fatores contribuíram para que sua morte fosse especialmente chocante, mas creio que podemos resumir tudo a uma causa só: Williams tinha tudo o que o mundo diz que devemos almejar em nossa vida e, mesmo assim, esse tudo não foi suficiente para que ele desejasse seguir vivendo. Que contradição estranha! Veja se não é verdade: quando você pensa em felicidade, que conceitos vêm à sua mente? Em geral, nossa sociedade prega que, para sermos felizes, devemos ser ricos, famosos, bem-sucedidos profissionalmente e ter uma pessoa ao nosso lado a quem amemos e que nos ame. Robin Williams tinha tudo isso. Era milionário, conhecido internacionalmente, reconhecido na carreira, casado com uma esposa que o amava… ele cumpria todos os requisitos para ser considerado uma pessoa feliz. Mesmo assim se matou. Quem explica?

O comediante sempre era visto sorrindo e fazendo piadas, numa aparente alegria que se revelou ser apenas uma máscara. Mas, se você for além das aparências e examinar os bastidores da vida de Robin Williams, vai descobrir que ele sofria de depressão, lutava contra o alcoolismo e era dependente de drogas. Seu casamento já era o terceiro. Algo estava errado no coração daquele ser humano.

felicidade2O suicídio de Williams me fez pensar também no de outras pessoas que, aparentemente, tinham tudo o que o mundo considera fundamental para a felicidade, como bens materiais e notoriedade. Lembra, por exemplo, de Kurt Cobain? O astro da banda de rock Nirvana tirou a própria vida com um tiro na cabeça e deixou um bilhete explicando que se matava por algumas razões, entre as quais ser uma pessoa triste e não se divertir mais quando estava no palco. Ele tinha mulher, filha, fama, fortuna e era uma rock star (o sonho de milhões de pessoas por todo o planeta). Ainda assim, aquilo não foi suficiente.

Dá para explicar o suicídio de pessoas como Robin Williams e Kurt Cobain, que têm tudo o que o mundo diz ser sinônimo de felicidade e ainda assim não basta? Sim, dá. É que, na verdade, o mundo está errado. Sua proposta de felicidade é mentirosa, uma ficção. Essas coisas simplesmente não fazem ninguém ser verdadeiramente feliz. São valores que valem muito pouco ou quase nada. Se você acredita na proposta mundana de que, para ser realizado na vida, precisa ganhar muito dinheiro, aparecer na capa de revistas famosas, viver distribuindo autógrafos, ter três carros na garagem e coisas do gênero… está acreditando numa mentira. “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6.19-21)
É por isso que me preocupo muito quando vejo cristãos correndo atrás de tudo isso. Sim, cristãos. Afinal, os valores do mundo contaminam todos. Preocupo-me porque, como provam as histórias de Williams e Cobain, se acreditarmos nessa definição de felicidade – que não é bíblica – viveremos sempre infelizes. Quando vejo irmãos e irmãs em Cristo ter como alvo a fama, por exemplo, meu coração se enche de tristeza, por perceber que sucumbiram ao engano. “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1Jo 2.15-17).



felicidade3A notoriedade deve ser consequência de algo bem feito, jamais a causa que nos motiva a fazer esse algo. Se você é, por exemplo, um pregador, artista ou escritor e se torna muito conhecido, deve tomar todos os cuidados possíveis para não se deixar levar pela maldita vaidade, que conduz à autoidolatria e, portanto, é uma desgraça. “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” (Fp 2.3-7). Entenda: ser famoso não é o problema, não é crime nem pecado. Se você é alguém conhecido, entende que essa realidade não tem valor real e usa a visibilidade que Deus te deu para a glória desse mesmo Deus, amém. Jesus foi famoso em seus dias, o que ajudou a propagar sua mensagem. Mas se você deixa essa fama contaminar seu coração com sentimentos equivocados… ai de você.

Para não falar dos outros, deixe-me pôr na berlinda. Eu escrevo livros e tenho um blog. Isso não faz de mim alguém famoso, mas acaba gerando uma certa visibilidade. De vez em quando, viajo a outros estados do país e encontro pessoas que já me conheciam devido ao que escrevo. Tomo muitos cuidados para não deixar isso afetar meu coração, pois, no dia em que a minha escrita tiver como motivação a projeção pessoal e não o desejo sincero de abençoar vidas, eu terei fracassado monumentalmente. Estarei a um passo da infelicidade. Jamais posso permitir que a vaidade domine meu coração, caso contrário todo o propósito de meus livros e deste blog estará pervertido e me tornarei alguém digno de pena. Deus, nunca permita que isso ocorra, por favor. Que toda a atenção voltada para mim sirva sempre para projetar Cristo, jamais o mensageiro pecador, imperfeito e falho que sou eu. Não é falsa modéstia: é a pura constatação da realidade.

Mature businessman holding scrunched moneyQue dizer, então, do dinheiro? Muitos abrem mão do que de fato tem valor por amar mais o dinheiro, que, como você bem sabe, gera problemas seriíssimos. “De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1Tm 6.6-10). Conheço cristãos bons e sinceros que acabaram cometendo atrocidades por causa de dinheiro, que praticaram atos de desamor por amar as riquezas. Quando vidas caem em segundo plano e são desamparadas, enganadas ou vilipendiadas por aquilo que o dinheiro pode proporcionar é sinal que Jesus não está mais no barco, apenas observa da praia, com muito pesar. “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’” (Hb 13.5).

Convido você a analisar o seu coração, por uma razão fundamental: “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida” (Pv 4.23). O que tem motivado suas ações? Será o dinheiro? Será a vontade de aparecer? Por que você prega? Pelas ofertas e pela notoriedade que estar no púlpito pode te dar? Por que você louva? Pela venda dos CDs e para receber elogios? Por que você faz o que faz? Se a resposta não for “para a glória de Deus”, recomendo que reavalie urgentemente as prioridades e os valores da sua vida. “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Caso a proposta de felicidade do mundo tenha conquistado o seu coração, mude tudo, rápido. Caso contrário, você pode acabar rico, famoso, vazio e infeliz.

?????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????? Meu irmão, minha irmã, sei que você já ouviu isso muitas outras vezes, mas nunca é demais repetir: só Cristo satisfaz. Só nele encontramos a verdadeira felicidade. É no relacionamento com o Senhor que recebemos paz, alento, tranquilidade e contentamento real. É nas demonstrações de piedade, nas ações de amor ao próximo, que experimentamos alegria inigualável. Regozije-se não por ter um salário alto e muito dinheiro no banco ou por ser reconhecido por onde passa e muitos te convidam para eventos, mas porque você fez o deprimido sorrir, o faminto se alimentar, o atribulado encontrar a paz, o perdido enxergar a luz. Que a sua vida seja devotada não a tornar-se uma pessoa como Robin Williams e Kurt Cobain, mas a levar o amor e a graça de Deus a pessoas como Robin Williams e Kurt Cobain – só então você será verdadeiramente feliz.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício


Blog: Apenas1

http://apenas1.wordpress.com/2014/08/14/o-segredo-da-felicidade/

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Pecados da Mente

"Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida." Provérbios: 4. 23. 

Estive pensando.... Como nós temos uma visão baixa do que é o pecado. Na verdade, por muitas vezes não sabemos nem o que é pecado. Não temos ideia da sua monstruosidade, e de como é abominável aos olhos do Deus que é Santo Santo Santo. Esta nossa ignorância, se dá pelo fato de não praticarmos uma auto-análise, como faziam os Puritanos. Parar e olhar para dentro de nós, e prescrutar todas as nossas sujeiras, até onde pudermos. Sim, esta analise é boa, desde que leve em conta a graça de Cristo, para que não ocorra desespero. Nós somos piores do que imaginamos que somos. E somente quando entendemos quem Deus é, vemos quem nós somos. Então, o conceito de pecado para nós, está limitado apenas no ATO. Ou seja, pecado é mentir, roubar, matar, adulterar... Mas pensar... Aí não é pecado. Argumenta-se "Eu só pensei, não cometi o que desejei.. Não é tão grave".. Este pecadinho da mente, é abominação aos olhos do Senhor. E é sobre estes pecados da mente, que nós cometemos, que quero falar um pouco. 

Infelizmente, a maioria dos cristãos, tem a ideia que pensar em coisas absurdas não é pecado, desde que eu não cometa o que se pensa. Isto é um engano; Jesus já nos advertiu sobre isto, toda a Palavra de Deus em um só tom fala sobre isto. Uma pessoa que rouba, antes de cometer o ato em si, ela pensou, planejou, arquitetou o seu plano na mente. Todo pecado cometido (ato) é resultado apenas do que a mente já gerou. Tudo começa nos pensamentos. Jesus disse:

" Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos, isso não o contamina." Mateus: 15:18-20

Jesus nestes versos, nos diz que o que corrompe uma pessoa não sao os atos exteriores (com referencia apenas a este contexto especifico), mas o que sai do coraçao. Os atos pecaminosos externos, partem de um coraçao pecaminoso, manchado pelo pecado. Vem do CORAÇÃO-isto é, do centro da pessoa, vontade, mente, imaginação e etc. E é reflitido em atos externos. Por isto, podemos pecar com a MENTE.

Normalmente, pensamos que o pecado na mente é normal.. "Não cometi, é o que importa" dizemos. Mas, Jesus mostrou que as observâncias exteriores, de nada valem, se o nosso coraçao estiver sujo. Guardando um pecado de estimaçao. Jesus censurou os fariseus por este pecado- hipocrisia. É uma falsa piedade, o Senhor abomina isto. E muitas vezes, somos como os fariseus, hipócritas. Queremos mostrar uma justiça externa e bonita; mas por dentro estamos imundos, sujos. 

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. " Mateus: 23:25-28

Jesus foi muito claro no Sermão do Monte, onde refutou o ensino que o adulterio, o assassinato, era condenado por Deus apenas quando se concretizava- ato. Mostrou que não é a letra, mas o espirito da letra que dá vida. Nao adianta nao cometer o ato, se voce pensa. Pensar, são os pecados do coração. Equivalente ao ato. Só em pensar, imaginar, desejar- pecou. Foi isto que Jesus nos ensinou. 

"Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela." Mateus: 5:27-28

Como nós caimos facil. Como desejamos coisas pecaminosas. Nossa mente se não estiver sendo alimentada, cria fantasias terriveis. E a prova que estes pensamentos são pecaminosos, é que não teríamos coragem de contar eles nos cultos, nem para os nossos irmãos. Afinal, o que pensariam de nós? Pecar na mente, é profanar o santuario de Deus. Temos que renovar a nossa mente todo dia (Romanos12:2), ela é o centro de adoração a Deus. 

Você que está lendo este artigo, certamente se és crente em Jesus, você luta contra o pecado todo dia. É uma luta que não para. Você até consegue vencer os pecados cometidos (atos), mas não tem controle sob os pecados da mente. Como são dificeis de deixar. Os pensamentos perversos quer nos aprisionar. De repente ele chega. Você até confessa-os, mas não consegue deixá-los. Porfavor, continue lendo este texto, desejo dizer-te algumas coisas a você. 

Deus conhece os nosso corações perfeitamente " E Deus, que conhece os corações..." (Atos 15:8); o salmista Davi declara " Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces." (Salmos 139:2-4)

Com base na inerrante Palavra de Deus, quero dizer que é muito tolo pecar na mente. Sim! Podemos esconder nossos pensamentos do pastor, dos nossos amigos e irmãos.. Mas de Deus não. Ele conhece tudo. E Ele diz que um dia revelará tudo que é feito em oculto. Como é tolo da nossa parte, esconder o que de Deus não pode ser escondido. A unica forma correta é confessar. Pense, quem é mais importante? Deus ou sua reputação? Voce pode ir a igreja, cantar no louvor, e manter esta aparencia de santidade, e ter pensamentos nojentos- sim, nós somos assim. Mas de Deus que sonda os coraçoes e que tudo conhece, você não escapa. Medite na grandeza do Criador. Pecados ocultos da mente, são graves, e Deus quer tratar voce. Nós somos o que pensamos. Mas, se você de novo, estas roupas velhas não fazem mais parte da sua vida. Temos que ter a atitude de Jó:

" Fiz pacto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? " Jó 31:1

Jó estava consciente que poderia cair com a mente; então colocou guardas nos seus olhos. Oh! Que esta seja a nossa atitude. Não temos forças em nós mesmos, mas o poder de Deus é maior que tudo. Há mais graça em Cristo que pecado em nós.

Pecamos com a mente quando : lembramos, imaginamos e planejamos. 

Pecamos quando LEMBRAMOS.

AH, nossas lembranças do passado pode nos trazer sérios danos. Pecados que cometemos ontem, mentiras de ontem, lembradas hoje com prazer. é pecar novamente. Isto ficou para trás, Deus apagou os nossos pecados e deles nao lembra mais. Que venhamos esquece-los. Pois expondo nossa mente a isto, podemos cair em tentação.

Pecamos PLANEJANDO

Isto faz parte da nossa batureza pecaminosa. Planejamos fazer o mal. Planejamos mentir, roubar, envergonhar o outro. Como isto é odioso a Deus, e deveria ser a nós tambem. Isto não faz parte do cristão que nasceu de novo. Lute contra isto pelo poder do Espirito. 

Pecamos IMAGINANDO

Não dê muita asas a imaginação.. Ela pode te deixar na mão. A nossa mente imagina coisas terriveis. Fantasias eróticas, como fazer o mal e etc. Isto abre porta para as obras do diabo. Temos que manter nossa consciencia pura. Fugir disto.

Mas como eu venço estes pensamentos pecaminosos?

Isto é obra da graça de Deus operada em seu coração. Que no entanto, requer de voce, esforço, renúncia. É o poder de Deus te fortalecendo para vencer. 

1- Confesse e deixe este pecado (Is 55:7; 1 Jo 1:9)

2- Rejeite estes pensamentos (Fp 4:8)

3- Se alimente da Palavra de Deus ( Slm 119:11; Ef 6:17, Rom 12:2)

4- Evite tudo que possa te levar a estes pensamentos maus ( Jó 31:1)

Oro ao Senhor para que Ele trabalhe em nós, e te dê forças. Que nosso clamor seja o mesmo do Salmista Davi:

" Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável. " Salmos 51:10

Deus abençoe


Hamiltom Freire

quarta-feira, 16 de julho de 2014

“Por que garotas cristãs postam selfies sedutoras” por Kristen Clark

Quando eu estava no ensino médio, Bethany e eu decidimos que queríamos fazer uma sessão de fotos bem legal de nós mesmas.
Colocamos as roupas mais modernas que poderíamos encontrar, nos cobrimos com jóias, colocamos duas camadas de rímel e nos dirigimos a um lugar privilegiado – o nosso telhado. Recrutamos (imploramos) uma de nossas irmãs mais novas para ser a nossa fotógrafa. Todas nós subimos ao telhado de nossa casa e ela começou a tirar as fotos.
Sim, um telhado é um lugar inusitado para fazer uma sessão de fotos, mas nós fizemos lá para que a perfeita brisa de top model soprasse direitinho o nosso cabelo. Para cada foto, nós posavámos exatamente do jeito que tínhamos visto as modelos profissionais fazerem – com os lábios franzidos, uma sobrancelha erguida, a mão no quadril e olhos sérios.
Sem que ninguém nos ensinasse como posar sedutoramente, nós fomos “profissionais” e sabíamos exatamente o que fazer. Nós postamos nossa sessão de fotos no Facebook com todo orgulho e esperamos os elogios aparecerem.

Sedução é a nova norma.

Infelizmente, vivemos em uma cultura que treina as nossas mentes para ver sedução como norma a partir de uma idade muito jovem. Basta dar uma rápida caminhada pelo shopping e você verá cartazes atrás de cartazes com modelos em pose sensual. Desde a invenção do Pinterest, Instagram e outros aplicativos, imagem sensuais estão em nossa frente mais do que nunca.
Como garotas cristãs, estamos sendo bombardeadas por mensagens de nossa cultura que sedução e poses sensuais são legais, descoladas e normais. Tirar selfies sedutoras não é mais atrevido… é aceitável e louvável. Por vivermos em um mundo caído, faz sentido que a cultura incentive as garotas a agirem assim.

Faz sentido que as supermodelos e meninas não-cristãs não tenham problema em postar selfies assim.

A pergunta que eu tenho pra você é esta: Por que razão as meninas cristãs estão postando selfies sedutoras?
Fico chocada, às vezes, quando eu entro no meu Instagram e vejo algumas das poses sensuais que minhas amigas cristãs estão postando. O que mais me surpreende é que eu leio os comentários de outros amigos cristãos que estão elogiando as imagens e chamando-as de “lindas”. Como assim? Parece uma epidemia ao longo dos últimos anos.

Por que meninas cristãs gostam tanto de postar selfies sedutoras?

Eu sei a resposta para estas perguntas, porque eu costumava ser uma daquelas meninas. Eu costumava ser a garota por trás do iPhone tirando aquelas selfies sedutoras. Eu era a garota do telhado fazendo uma sessão de fotos para que eu pudesse exibir os resultados para os meus amigos.
Quanto a mim, eu postava as fotos porque queria que os rapazes me notassem. Eu queria que as pessoas elogiassem “o quão bonita eu era”. Eu adorava ouvir o louvor e afirmação dos meus amigos. Nunca foi por um “acidente” que eu postei uma foto minha. Era sempre intencional e planejado. Eu já tinha visto imagens suficientes de modelos da moda para saber como uma foto sensual devia ser.
Muitas de vocês que estão lendo este blog, sabem exatamente do que estou falando, porque você já fez a mesma coisa.

A verdade é que, postar selfies sedutoras é apenas um sintoma exterior de uma questão muito mais profunda.

É um sinal de uma menina que anseia por algo mais. É um sinal de uma menina que está tentando encher o seu ego através dos louvores e elogios de seus amigos. Uma menina que deseja atenção de rapazes e tem a esperança de que eles vão notar uma de suas fotos. Uma menina que quer parecer confiante, mas é fraca e solitária no interior. Uma menina que gosta de seduzir os rapazes fazendo com que eles “queiram o que não podem ter.”
Selfies sedutoras são nada mais do que imagens que gritam, “Olhe para mim!”. Elas são uma oportunidade para apontar os holofotes sobre si mesma por um breve momento e esperar que alguém note.

Como garotas cristãs, Deus nos chama para um padrão muito elevado para ficarmos jogando o jogo “selfie sedutora”.

Todo o propósito de nossas vidas é apontar outros a Cristo, não para nós mesmas. Esse tipo de foto nunca é centrada em Cristo, mas é sempre centrada em sí mesma. Deus nos chama a viver uma vida moralmente pura em todos os sentidos. Postando fotos sedutoras de si mesma, você não está promovendo a pureza ou santidade dentro do corpo de Cristo.
Desde aquele dia no telhado, Deus me deu convicção de pecado acerca da motivação e condição do meu coração. Diga-me se você acha que selfies sedutoras não são erradas de acordo com Efésios 5:1,3: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos”.

O que você acha?

Primeiro somos chamadas a sermos imitadoras (reflexos) de Deus para o mundo que nos rodeia. Você e eu somos filhas de Deus! Precisamos refletir bem o caráter e a pureza de nosso Pai. Em segundo lugar, somos ordenadas a ficar longe de qualquer forma de imoralidade sexual e toda a impureza. Você entendeu isso? “Qualquer forma … toda a impureza”.

Selfies sedutoras não tem chance contra estes versículos.

Nossa cultura nos diz que santidade e pureza é careta e que ser rigorosa demais consigo mesma a levará a uma vida de tédio. Se for esse o caso, então por que há tantas meninas solitárias, tristes, deprimidas, inseguras e carentes?
Deus nos dá padrões de pureza e santidade, porque Ele sabe que é o que é melhor para nós. A verdadeira alegria e contentamento não virá através dos aplausos de seus amigos, ela só virá através de obedecer e honrar a Deus. “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do SENHOR. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração” Salmo 119:1-2.
Eu sei que você quer ser abençoada por Deus. Tenho certeza! Em vez de ficar se esforçando para alcançar o aplauso vazio deste mundo, se esforce para receber os aplausos gratificantes de seu Rei.

Nada lhe fará mais feliz do que viver para a glória de Deus.

Como garotas cristãs, temos o dever de honrar nosso Rei, em todas as áreas de nossas vidas. Temos a responsabilidade de refletir a imagem de Cristo para o mundo perdido ao redor de nós.
Você vai se juntar a mim em rejeitar a tendência de selfies sedutoras? Você vai dizer não às postagens de fotos que te auto-glorificam e colocam toda a atenção em você?
Nosso mundo precisa desesperadamente de meninas cristãs que estejam dispostas a defender a verdade de Deus, exibindo algo muito maior do que elas mesmas.

  Vamos tornar isto pessoal:
  • Você é culpada por postar selfies sedutoras? Se assim for, qual é a sua motivação por trás das publicações?
  • Você está disposta a pedir perdão a Deus por não refletir bem a Sua imagem? Se assim for, confesse seus pecados e peça a Deus para criar um coração limpo e puro dentro de você.
  • De que forma você é tentada a colocar a atenção sobre si mesma, em vez de Deus?
Eu adoraria ouvir o que você tem a dizer sobre isso nos comentários abaixo!


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Este post é uma tradução de um artigo de Kristen Clark publicado originalmente no Blog “Girl Defined”, traduzido e publicado em Português  no blog Juventude Presbiteriana e reproduzido com permissão da autora e tradutora.
* Kristen Clark tem 27 anos de idade e há 3 é casada com o amor da sua vida, Zack Clark, e não poderia estar mais feliz. Ela ama uma boa xícara de café e não se cansa de amêndoas cobertas com chocolate meio amargo. Ela é co-fundadora do Ministério GirlDefined com a sua irmã Bettany Baird e ama estudar o desígnio e propósito de Deus para as garotas.
Traduzido por: Bruna Bugana
Revisão: Flávia Silveira


Fonte: http://www.mulherespiedosas.com.br/selfies-sedutoras/

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Radicais, graças a Deus

Sempre que vou levar ou pegar minha filha na escola passo por esta árvore da foto ao lado. Embora haja uma enorme quantidade de árvores no trajeto, essa em especial se destaca e sempre chama minha atenção, por uma característica específica: suas raízes. Elas são tão robustas e vigorosas que conseguiram fazer algo aparentemente impossível: levantaram a calçada de concreto e pedras, removendo completamente do lugar pedaços sólidos e maciços do chão. Toda vez que observo aquele bloco de rocha quebrado, me pego pensando na importância de ter raízes fortes e inabaláveis. Na vida do cristão, essa é uma realidade bíblica.

Não sei se você sabe, mas a palavra “radical” se refere a “raiz”. Por isso, quando você diz que alguém é “radical” em suas opiniões, isso significa que tal indivíduo tem raízes bem fincadas naquilo em que crê. É interessante que, nas últimas décadas, nossa sociedade passou a enxergar alguém “radical” sob uma óptica negativa. O “radical” deixou de ser um indivíduo consciente, que não negocia seus valores, firme em suas crenças, sólido em suas virtudes; passou a ser alguém tapado, intransigente, intolerante, desagradável, fundamentalista e chato.

A vontade que dá diante dessa realidade é a de tornar-se uma pessoa light, não radical, do tipo que quer agradar todo mundo. Seria mais fácil e conveniente. A questão, porém, é que Jesus é extremamente radical.

Você consegue ver, nos evangelhos, Jesus negociar aquilo em que crê? Não é o que enxergo. Vejo um Cristo firme, com raízes muito bem fixadas, que mantém-se fiel a sua ética e a seus valores, não importa a situação. Jesus não barganha favores, não negocia a solidez de seu chão, não cede ante argumentos, ameaças ou riscos. Ele foi até o fim, custasse o que custasse – e custou bem caro: o preço de sangue.

Hoje as posturas do Cristo não são bem vistas na sociedade, em função, claro, do pecado que nos cerca e, também, do momento histórico em que vivemos. No século 20, surgiu um movimento filosófico chamado “existencialismo” que influenciou enormemente o modo de a civilização ocidental (em que eu e você vivemos) enxergar o mundo. Pensadores influentes, como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir (foto), defendiam que nada é absoluto, tudo é relativo. É o que se chama “relativismo”. Segundo esse pensamento, eu tenho a minha verdade, você tem a sua e tudo está bem. Essa ideia faz com que eu seja o deus do meu universo, pois aquilo em que creio tornam-se dogmas inquestionáveis. O existencialismo criou ideias como “todos os caminhos levam a Deus” ou “não importa o que você crê, a verdade é a sua verdade”. Soa lindo, se o existencialismo não fosse antibíblico, pois o cristianismo tem conceitos absolutos, enquanto no existencialismo tudo é relativo.

Esse pensamento invadiu a mentalidade das pessoas e hoje colhemos os frutos amargos de viver em uma sociedade em que tudo é relativo. Porque os meus e os seus valores bíblicos absolutos tornaram-se malvistos. “Radical” deixou de ser um elogio e passou a ser um palavrão. Se tivermos uma crença inabalável e se não negociarmos o que é inegociável vão nos olhar de cara feia. Mas é impossível ser cristão e não ser radical. Então prepare-se para pagar o preço de ter raízes profundas no evangelho.

É fundamental frisar um aspecto extremamente importante dessa questão: ser radical não tem nada a ver com uma imagem que em nossos dias tem conquistado cada vez mais espaço entre nós, cristãos. De alguns anos para cá, passamos a acreditar que ser radical é ser agressivo, é atacar quem discorda de nós com palavras e um modo de ser ofensivos. Por entendermos que o cristão tem de ser radical, assumimos um comportamento verborrágico, de botar o dedo na cara de quem diverge de nossas opiniões, de ofender cristãos ou não-cristãos que não compartilham nossas ideias. Entenda, por favor: ser biblicamente radical não é nada disso. O cristão com raízes bem fincadas em Cristo é manso, humilde, argumenta sem elevar o tom de voz, usa de amor e graça com todos – todos. Ser radicais nas nossas crenças e posturas absolutamente não significa ser uma pessoa desagradável, que vive gritando, acusadora, de cenho carregado, o “dono da verdade”. O radical dialoga, com paz no coração e carinho na voz, para levar os demais ao conhecimento da verdade. Infelizmente – mas infelizmente mesmo – vivemos em meio a uma geração que usa redes sociais, YouTube, blogs, programas de televisão e rádio e até púlpitos para disseminar uma agressividade incompreensível “em nome de Deus”. Não é esse o caminho. Isso é um erro.

Ser um cristão radical – ou seria melhor dizer “fiel”? – tem seu preço. Mas é um preço de abnegação e, muitas vezes, sofrimento. É negar-se a si mesmo diariamente, tomar sua cruz e seguir Jesus. Quer ser um cristão radical? Então você tomará um bofetão e terá de dar a outra face. Farão mal a você e você terá de fazer o bem a seus agressores. Os elogios cruzarão seu caminho, mas você terá de viver em humildade. O poder chegará a suas mãos e você precisará lavar os pés de seus subordinados. Seu marido será imperfeito e a submissão não deixará de vigorar. Sua esposa será problemática mas ainda assim você a amará como Cristo amou a Igreja. Seus pais errarão em muitas coisas e ainda assim você terá de honrá-los. Ser radical é perdoar, preferir os outros em honra, fugir de vãs discussões, não deixar o sol se pôr sobre a sua ira, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Isso é ser radical – e agir como a Bíblia manda exigirá muito de você. Prepare-se.

Há outros caminhos? Sim, há. Você pode trair suas convicções. Pode negociar com o mundo. Pode agir conforme os valores da sociedade secular. Pode fazer tudo igual a todo mundo e diferente do que a Bíblia estabelece como padrão cristão. É possível? Sim, é. Mas, quando a tentação de não ser radical chega, lembro-me daquela árvore e me pego pensando no que teria acontecido com ela caso suas raízes não fossem tão fortes. Provavelmente, o peso das pesadas placas de pedra a esmagaria. A força do chão a manteria pressionada e sabe Deus o que ocorreria àquela árvore. Creio que morreria, pois não conseguiria suportar por muito tempo. Acredito que o mesmo ocorre com o cristão cujas raízes são fracas e não têm forças para firmá-lo quando chegam as tentações, as dificuldades e os desafios da vida: ele definha espiritualmente e se torna uma sombra pálida daquilo que Deus espera de cada um de nós.
Aquela árvore sempre me lembra de que nossas raízes têm de estar cravadas em Cristo, sem ceder um milímetro sequer. Sempre. A todo dia. A toda hora. A todo instante. Só assim teremos forças suficientes para quebrar o rígido e forte peso do pecado, das fraquezas, dos problemas. Peço a Deus que, pela força da cruz, sejamos sempre amorosos, graciosos, benignos, amáveis, pacificadores, perdoadores, caridosos e… radicais.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari 

Blog: Apenas1

http://apenas1.wordpress.com/2014/05/19/radicais-gracas-a-deus/

sexta-feira, 4 de julho de 2014

“Mamãe Devia Ter Me Ensinado a Depender Financeiramente do Meu Marido – Parte 2″ por Simone Quaresma

 

Ainda não leu a Parte 1? Leia aqui: http://teologia24horas.blogspot.com.br/2014/05/mamae-devia-ter-me-ensinado-depender.html


Robert Jenkins Onderdonk (American painter, 1852-1917) Mrs E B Chandler in Her Room c 1899Medo de perder o provedor
 
Este é um motivo muito digno, em princípio. Ter medo que seu esposo a abandone ou morra, não pode, no entanto, ser um sentimento que governe a sua vida. Quando Deus estabelece padrões, ele os estabelece para que os cumpramos, não para que fiquemos conjecturando se são ou não seguros para nós. Não podemos entrar no casamento já nos planejando para ser abandonadas. Não podemos pautar nossas vidas nas possíveis tragédias que possam nos sobrevir. Você sai de casa todos os dias se planejando para não voltar, temendo morrer no caminho? Deixa roupas preparadas e comida pronta para sua família sobreviver sem você durante a primeira semana, caso algo terrível te aconteça? Não? Mas isso pode REALMENTE acontecer! As chances de morrermos todos os dias, são muito maiores do que as chances de permanecermos vivas! E o que nos faz agir como se fôssemos terminar o dia de hoje? Pode parecer um exemplo exagerado, mas não é. Se não vivemos assim quanto ao dia da nossa morte, por que precisamos viver assim quanto ao dia de amanhã?
 
Como podemos resistir ao “mantra” repetitivo que ouvimos todos os dias: “você não pode depender de homem”, “você precisa dar seu jeito de se manter independente dele”, “o que acontecerá com você e com as crianças se ele for embora?”?? Como não ser contaminada pelas idéias feministas de autonomia e de cada um por si? Como não sermos assombradas pelo medo de nosso marido nos abandonar e nos deixar passar fome? Em primeiro lugar, devemos nos lembrar que desde que o mundo é mundo, estas covardias acontecem. Não é exclusividade da nossa era ter homens irresponsáveis e egoístas que abandonam suas famílias. Por outro lado, sabemos que o Senhor é quem nos sustenta, não o nosso trabalho ou o de nosso marido. Ele é quem provê o pão de cada dia! Foi Ele quem alimentou o povo no deserto durante 40 anos. Será que esquecemos esta verdade? Será que temos confiado em nosso próprio braço para suprir aquilo que é mais essencial à vida humana, que é o alimento cotidiano? Será que temos procedido como os pagãos, que não têm Deus e precisam se calçar de todas as artimanhas possíveis para manter seu sustento e sua vida? Se você tem se esquecido de quem realmente tem colocado o pão em sua mesa todos os dias, vale à pena lembrar do ensino das Escrituras a este respeito: “não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam.  Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?” Mateus 6.25-30. Que este ensino tranqüilize o nosso coração, e tire de nós a prepotência de achar que somos nós que provemos alguma coisa! Quanto ao dia de amanhã? “ Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.  Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Mateus 6.31-34. Nosso dever é obedecer ao chamado do Senhor no desempenho de nossos papéis, o suprimento e o cuidado diário vêm de suas bondosas mãos.
 
Desejo de manter o padrão de solteira
 
Este é outro dilema enfrentado pelos jovens que pensam em se casar. Eles desejam ter, no primeiro ano de casados, aquilo que seus pais só obtiveram depois de anos de muitas lutas e privações. Os casais de alguns anos atrás se casavam para construir a vida juntos. Eles não tinham carro, casa ou viagens maravilhosas de lua de mel. Os casais de hoje, influenciados pela forma de pensar deste mundo que serve e ama Mamom, têm um padrão muito elevado a perseguir. Sua casa tem que ser própria, com móveis planejados, porcelanato no piso, televisões gigantes na sala. O requinte e o luxo se espalham pela cozinha, com eletrodomésticos de última geração e também pela garagem com um carro zero estacionado. Não importa que a renda do marido não seja suficiente. Se a vida de solteiro tinha estes privilégios, a vida de casados precisa, a qualquer custo, seguir este padrão. A esposa precisa, então, gerar renda para manter estes luxos. A maternidade é adiada e a vida à dois se resume a escassos e furtivos momentos juntos. Eles precisam ganhar dinheiro. Eles não podem ter menos do que tinham anteriormente. Eles não podem começar de baixo.
 
Os pais têm falhado em ensinar estas lições a seus filhos. Os pais não querem que seus filhos passem pelo aperto que eles passaram no começo da vida e tentam protegê-los das lutas que virão. Mal sabem eles que, agindo desta forma, estão tirando dos filhos o privilégio e a honra de passar por situações difíceis juntos, de crescer juntos e de construírem uma vida juntos. Mamãe deveria ter me ensinado que quando eu me casasse eu não teria todas as mordomias que estou acostumada a ter no meu lar de origem, que levou décadas para obter este padrão. Mamãe não deveria tentar me poupar de situações que são necessárias à vida de qualquer jovem em começo de casamento.
 
Quando uma moça se dispõe a seguir um rapaz, tornando-se sua esposa, deveria estar ciente de que está se desligando por completo de sua família de origem e passando a ser uma só carne com ele e com o padrão de vida dele! Já pararam para pensar nisso, meninas? Quando você se casa, deve estar disposta a viver com o salário que seu marido ganha e deve se contentar com o tipo de vida que ele pode te dar. Se você acha que não será feliz se casando com um rapaz mais simples, que ganha pouco, que lhe dará uma vida sem luxo, você tem duas opções: não se casar com ele, ou mudar seu coração, que está posto no dinheiro e no conforto. Se você não está disposta a rever seus valores, é melhor que não se case com ele, do que se casar pensando que pode dar um jeito na situação sendo a provedora. “Eu tenho mais gosto pelo estudo do que ele, então não tem problema. Eu faço um concurso público, ganho bem, e ele não precisará se preocupar em prover os luxos que preciso. Eu cuido disso.” Já ouvi estas frases dezenas de vezes de moças que se casam com rapazes pobres e que não têm perspectivas de crescimento profissional ou intelectual. Ela cuida desta parte. E da parte dela, quem cuida?
 
Se não estamos dispostas a viver com o salário de nosso marido, precisamos rever o que a Bíblia fala sobre riqueza, sobre as reais necessidades que temos, assim como o Apóstolo Paulo nos ensinou: “ porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” Filipenses 4.11-13
 
Desejo de ter o que os amigos têm
 
Logo de cara este parece ser um aspecto pouco nobre, mas se formos analisá-lo à fundo, nós podemos  cair nesta armadilha sem nos darmos conta! Trabalhar fora para completar a renda do marido, pode ser um discurso disfarçado de vários pecados. Por acaso você já se pegou entristecida por sua amiga ter trocado de carro? Já se pegou pensativa, com a cabeça longe, enquanto outra amiga conta como conseguiu quitar a casa própria? Quantas vezes você  se doeu por seus filhos não terem tido o privilégio de viajar pelo mundo como os filhos de sua vizinha? Seu grupo de amigos da igreja passam férias juntos em um hotel que você não pode pagar? Pagam curso de inglês para as crianças, natação, judô, balet e uma escola de alto nível? Por acaso o quarto da filha de sua irmã é um quarto dos sonhos, enquanto sua menina divide o quarto com mais dois irmãos, com móveis de segunda mão? Como seu coração pecaminoso lida com estas diferenças? Você se alegra por eles e se contenta com a situação que DEUS colocou sua família? Ou será que você quer endireitar as coisas, dando uma forcinha no orçamento doméstico? Qual a motivação do seu coração? Do que sua família realmente necessita?
 
 A palavra necessidade parece ser muito relativa nos dias de hoje! Precisamos tomar cuidado com isso, afinal, neste discurso, podemos inverter valores. Deus sabe do que realmente necessitamos. E cá pra nós, uma viagem à Disney está longe de ser uma necessidade. Uma festa deslumbrante de 15 anos não pode ser considerada como algo de valor supremo, sem a qual sua filha não poderá viver, a menos que você já tenha trocado o Deus a quem você serve! Sobre isso, a Palavra de Deus tem muito a nos dizer e ensinar. Se você tem se encantado demais com as riquezas deste mundo e seu coração não consegue estar contente com sua situação, preste bastante atenção às preciosas palavras que o Senhor deixou registrada para nós: “… grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” I Timóteo 6.6-8 . Este texto mostra que uma vida piedosa promove um lucro excepcional, muito maior que qualquer bem que o dinheiro possa comprar.
 
Será que temos nos contentado e temos sido gratas ao Senhor por termos o básico? Será que temos sido gananciosas e cobiçosas a ponto de não reconhecermos que o Senhor tem nos suprido, como Ele prometeu, não de luxo, mas do que temos necessidade? Será que não temos desejado coisas que Ele não nos prometeu e que talvez não sejam reservadas para nós nesta vida? Será que temos nos contentado em cumprir nosso chamado, mesmo às custas de algum conforto à mais, ou temos simplesmente menosprezado a vocação de ajudadora e mãe para sermos provedoras de luxos? Será que seu trabalho excessivo tem suprido o arroz com feijão em uma situação limite, ou tem suprido futilidades? Talvez você não esteja cumprindo seu papel plenamente apenas para dar a seus filhos roupas de marca,  brinquedos caros, viagens exóticas, restaurantes da moda e escolas tops. Analise com critério sua situação. Analise o que realmente são necessidades lícitas e o que é imposição de um mundo que ama o conforto e o luxo. Quem disse que seus filhos precisam ter tudo que seus coleguinhas têm? Quem disse a você que eles serão menos realizados e felizes se não tirarem férias em hotéis deliciosos a cada fim de ano? O que te leva a pensar que os prazeres lícitos que este mundo pode dar, são mais valiosos que sua presença constante e afável, que seu colo macio e seu perfume de mãe? Porque você acharia que um curso de inglês é mais importante do que o ensino diário e cuidadoso das Escrituras em cada pequena situação diária? Se você pensa assim, cuidado!
 
Quando nosso coração está posto nas coisas terrenas, mais do que nas celestiais, nas que não são ordenadas por Deus, corremos perigo! Jesus nos explicou de forma magistral o que acontece com os tesouros que cultivamos neste mundo: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;  mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;  porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Mateus 6.19-21. Onde está, querida irmã, o seu tesouro? O que tem sido o alvo de sua vida? Em que seu coração está posto? Pelo que você tem se desgastado? O que tem te deixado exausta, coisas eternas como o investimento na alma de seus filhos, ou coisas que os ladrões poderão levar? Portanto, da próxima vez que você disser que não pode se dedicar aos filhos e a seu marido porque precisa completar a renda da família, pense bem se esta resposta está calcada em necessidades ou em futilidades, que passarão tão rápido quanto as férias de verão que custaram uma fortuna. Aprenda a viver com menos. Não sinta inveja de famílias que têm mais que você. Dê valor ao que é eterno. Não se encante tanto com as coisas que o dinheiro pode comprar. Lembre que o Filho do Homem não tinha sequer onde reclinar a cabeça. Lembre-se que a Casa com a qual você precisa se preocupar não está à venda, não depende do seu trabalho, mas lhe foi garantida à preço de sangue! Cuide para que seu coração não seja pervertido por coisas vãs.
 
Não pense que escrevo tudo isso porque minha situação é confortável. Não, não é! Tive que aprender à duras penas a me contentar com o que minha realidade podia me dar. Vinda de uma família que nunca teve problemas financeiros,  no terceiro ano de casada, meu marido deixou de ser um bem remunerado sargento do Exército para se dedicar ao ministério. Logo tive que aprender na prática o que Paulo ensinou a Timóteo: “Tendo sustendo e com que nos vestir, estejamos contentes.” I Timóteo 6.8.  Meu marido é pastor de uma igreja pequena e dá aulas de língua Portuguesa algumas vezes na semana para complementar a renda. Temos quatro filhos, não temos casa própria, o carro que dirigimos não é nosso e tudo que precisamos comprar tem que ser planejado com antecedência, tudo na ponta do lápis. Nossos filhos vestiam as roupas que ganhavam, estudavam nas escolas que podíamos pagar, não fizeram cursos de línguas. Nunca vamos em família a um restaurante (a menos que outro irmão pague a conta) mas nos dividimos, para que a cada mês, um possa ter este privilégio. Sei bem o preço que uma mãe paga quando opta por deixar sua carreira para se dedicar à função designada por Deus a ela. Sei qual é o preço de não poder dar todo o conforto que gostaria de dar aos filhos, de vê-los chorando por não poder ter o brinquedo ou um tênis que todos têm. E sabe qual é o preço? Ensinar a seus filhos contentamento. Ensinar o que tem verdadeiramente valor aos olhos de Deus. Ensinar que os tesouros mais preciosos de todos, não estão à venda. Ver meu dever cumprido sem distrações, e assistir o progresso na fé de meus filhos, vê-los servindo ao Senhor com todo o coração só me faz afirmar com maior vigor: eu escolhi a melhor parte, e esta não me será tirada!
 
Gostaria de terminar deixando para você a exortação que Paulo faz aos que têm seu coração nas riquezas. Não aos ricos, somente, mas também àqueles que têm seu coração nas riquezas, mesmo sendo pobres: “ Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores… Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.” I Timóteo 6.9-10 e 17-19

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simoneSimone Quaresma é casada há 24 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Congregação Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro.
Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas (22 anos), Israel (20 anos), Davi (18 anos) e Júlia (16 anos). Ela mantém o blog Se Eu Gostasse de Ler…  de leituras diárias para os jovens da Congregação pastoreada por seu marido; trabalha com aconselhamento e estudos bíblicos com as mulheres da Congregação.
 
 
Fonte: http://www.mulherespiedosas.com.br/depender-financeiramente-do-meu-marido-2/

terça-feira, 1 de julho de 2014

Um esclarecimento sobre os jogadores que oram a "Oração do Pai Nosso"


Por Denis Monteiro


É muito comum vermos os jogadores orando em campo diante de uma decisão, quando vão entrar no lugar de outro jogador e/ou quando vai começar o jogo, eles fazem uma roda, falam algumas palavras de incentivo e oram a "Oração do Pai nosso".

O problema em si não é o fato de que cada um exerça a sua fé - bom, sabemos que a fé verdadeira deve ser, totalmente, voltada para Deus em Cristo Jesus - mas por eles orarem a "Oração do Pai nosso" e, por conseguinte, os evangélicos que estão assistindo se alegrarem com isso.

Então, aqui vão algumas considerações sobre a "Oração do Pai nosso"; não é um estudo "sistemático" sobre esta oração, mas uma parte dela, na qual ninguém presta atenção.

A "Oração do Pai nosso" começa justamente com a frase, "Pai nosso...". Por que "Pai nosso"?

A oração se inicia com o sentido de confiança e humildade. Confiança por chamar Deus de Pai, não só como criador, mas como providenciador de nossas necessidades. Mas, acima de tudo, quando O chamamos de Pai, é pelo respeito que devemos ter por Ele. E assim, a nossa humildade de reconhecermos que necessitamos diariamente de um único Pai.

Mas quando O chamamos de Pai, devemos entender esse "Pai" por que Ele é o criador de toda a humanidade, pois a Bíblia chama alguns de filhos por causa da morte expiatória de Cristo, onde que, por esses que Cristo morreu, serão:Eleitos, Chamados, Regenerados, Convertidos, Justificados, Adotados, Santificados, Perseverantes e Glorificados.

Nem todo o mundo pode chamar Deus de "Pai".


• A Bíblia é clara em mostrar que os que são Seus filhos são nascidos de Deus: "Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." João 1.13.
• Estes que são nascidos de Deus, também foram predestinados para serem adotados: "E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,"Efésios 1.3.
• E todos aqueles que são nascidos de Deus, predestinados para serem adotados por Cristo Jesus e recebem o Espirito Santo, podem clamar "Aba, Pai", porque recebemos o Espirito de Adoção (Rm 8.15; cf. Gl 4.6).

Calvino, diz:

A primeira regra em toda oração consiste em apresentar-se a Deus em nome de Cristo, pois neste nome ninguém pode ser-lhe desagradável.
Ao chamar a Deus de Pai nosso, já pressupomos o nome de Cristo.
Mais ninguém no mundo é digno de apresentar-se a Deus e de aparecer perante seu rosto. Este bom Pai celestial, para livrar-nos de uma confusão que inevitavelmente nos turbaria, nos deu como mediador e intercessor a seu Filho Jesus. Detrás dos passos de Jesus podemos aproximar-nos a Ele confiadamente, tendo plena certeza de que não será rejeitado nada do que peçamos em nome deste Intercessor, pois o Pai não pode negá-lhe nada.[1]

Então, podemos concluir, de que se alguém não se encaixa da ordem descrita acima e nem Cristo é o centro de sua vida, logo, não deve chamar Deus de Pai. Porque somente por Cristo, como o centro de nossas vidas, podemos nos achegar a Deus e chama-LO de "Pai".

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Nota:
[1] João Calvino, Breve Instrução Cristã.


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Fonte: Bereianos