quarta-feira, 16 de julho de 2014

“Por que garotas cristãs postam selfies sedutoras” por Kristen Clark

Quando eu estava no ensino médio, Bethany e eu decidimos que queríamos fazer uma sessão de fotos bem legal de nós mesmas.
Colocamos as roupas mais modernas que poderíamos encontrar, nos cobrimos com jóias, colocamos duas camadas de rímel e nos dirigimos a um lugar privilegiado – o nosso telhado. Recrutamos (imploramos) uma de nossas irmãs mais novas para ser a nossa fotógrafa. Todas nós subimos ao telhado de nossa casa e ela começou a tirar as fotos.
Sim, um telhado é um lugar inusitado para fazer uma sessão de fotos, mas nós fizemos lá para que a perfeita brisa de top model soprasse direitinho o nosso cabelo. Para cada foto, nós posavámos exatamente do jeito que tínhamos visto as modelos profissionais fazerem – com os lábios franzidos, uma sobrancelha erguida, a mão no quadril e olhos sérios.
Sem que ninguém nos ensinasse como posar sedutoramente, nós fomos “profissionais” e sabíamos exatamente o que fazer. Nós postamos nossa sessão de fotos no Facebook com todo orgulho e esperamos os elogios aparecerem.

Sedução é a nova norma.

Infelizmente, vivemos em uma cultura que treina as nossas mentes para ver sedução como norma a partir de uma idade muito jovem. Basta dar uma rápida caminhada pelo shopping e você verá cartazes atrás de cartazes com modelos em pose sensual. Desde a invenção do Pinterest, Instagram e outros aplicativos, imagem sensuais estão em nossa frente mais do que nunca.
Como garotas cristãs, estamos sendo bombardeadas por mensagens de nossa cultura que sedução e poses sensuais são legais, descoladas e normais. Tirar selfies sedutoras não é mais atrevido… é aceitável e louvável. Por vivermos em um mundo caído, faz sentido que a cultura incentive as garotas a agirem assim.

Faz sentido que as supermodelos e meninas não-cristãs não tenham problema em postar selfies assim.

A pergunta que eu tenho pra você é esta: Por que razão as meninas cristãs estão postando selfies sedutoras?
Fico chocada, às vezes, quando eu entro no meu Instagram e vejo algumas das poses sensuais que minhas amigas cristãs estão postando. O que mais me surpreende é que eu leio os comentários de outros amigos cristãos que estão elogiando as imagens e chamando-as de “lindas”. Como assim? Parece uma epidemia ao longo dos últimos anos.

Por que meninas cristãs gostam tanto de postar selfies sedutoras?

Eu sei a resposta para estas perguntas, porque eu costumava ser uma daquelas meninas. Eu costumava ser a garota por trás do iPhone tirando aquelas selfies sedutoras. Eu era a garota do telhado fazendo uma sessão de fotos para que eu pudesse exibir os resultados para os meus amigos.
Quanto a mim, eu postava as fotos porque queria que os rapazes me notassem. Eu queria que as pessoas elogiassem “o quão bonita eu era”. Eu adorava ouvir o louvor e afirmação dos meus amigos. Nunca foi por um “acidente” que eu postei uma foto minha. Era sempre intencional e planejado. Eu já tinha visto imagens suficientes de modelos da moda para saber como uma foto sensual devia ser.
Muitas de vocês que estão lendo este blog, sabem exatamente do que estou falando, porque você já fez a mesma coisa.

A verdade é que, postar selfies sedutoras é apenas um sintoma exterior de uma questão muito mais profunda.

É um sinal de uma menina que anseia por algo mais. É um sinal de uma menina que está tentando encher o seu ego através dos louvores e elogios de seus amigos. Uma menina que deseja atenção de rapazes e tem a esperança de que eles vão notar uma de suas fotos. Uma menina que quer parecer confiante, mas é fraca e solitária no interior. Uma menina que gosta de seduzir os rapazes fazendo com que eles “queiram o que não podem ter.”
Selfies sedutoras são nada mais do que imagens que gritam, “Olhe para mim!”. Elas são uma oportunidade para apontar os holofotes sobre si mesma por um breve momento e esperar que alguém note.

Como garotas cristãs, Deus nos chama para um padrão muito elevado para ficarmos jogando o jogo “selfie sedutora”.

Todo o propósito de nossas vidas é apontar outros a Cristo, não para nós mesmas. Esse tipo de foto nunca é centrada em Cristo, mas é sempre centrada em sí mesma. Deus nos chama a viver uma vida moralmente pura em todos os sentidos. Postando fotos sedutoras de si mesma, você não está promovendo a pureza ou santidade dentro do corpo de Cristo.
Desde aquele dia no telhado, Deus me deu convicção de pecado acerca da motivação e condição do meu coração. Diga-me se você acha que selfies sedutoras não são erradas de acordo com Efésios 5:1,3: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos”.

O que você acha?

Primeiro somos chamadas a sermos imitadoras (reflexos) de Deus para o mundo que nos rodeia. Você e eu somos filhas de Deus! Precisamos refletir bem o caráter e a pureza de nosso Pai. Em segundo lugar, somos ordenadas a ficar longe de qualquer forma de imoralidade sexual e toda a impureza. Você entendeu isso? “Qualquer forma … toda a impureza”.

Selfies sedutoras não tem chance contra estes versículos.

Nossa cultura nos diz que santidade e pureza é careta e que ser rigorosa demais consigo mesma a levará a uma vida de tédio. Se for esse o caso, então por que há tantas meninas solitárias, tristes, deprimidas, inseguras e carentes?
Deus nos dá padrões de pureza e santidade, porque Ele sabe que é o que é melhor para nós. A verdadeira alegria e contentamento não virá através dos aplausos de seus amigos, ela só virá através de obedecer e honrar a Deus. “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do SENHOR. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração” Salmo 119:1-2.
Eu sei que você quer ser abençoada por Deus. Tenho certeza! Em vez de ficar se esforçando para alcançar o aplauso vazio deste mundo, se esforce para receber os aplausos gratificantes de seu Rei.

Nada lhe fará mais feliz do que viver para a glória de Deus.

Como garotas cristãs, temos o dever de honrar nosso Rei, em todas as áreas de nossas vidas. Temos a responsabilidade de refletir a imagem de Cristo para o mundo perdido ao redor de nós.
Você vai se juntar a mim em rejeitar a tendência de selfies sedutoras? Você vai dizer não às postagens de fotos que te auto-glorificam e colocam toda a atenção em você?
Nosso mundo precisa desesperadamente de meninas cristãs que estejam dispostas a defender a verdade de Deus, exibindo algo muito maior do que elas mesmas.

  Vamos tornar isto pessoal:
  • Você é culpada por postar selfies sedutoras? Se assim for, qual é a sua motivação por trás das publicações?
  • Você está disposta a pedir perdão a Deus por não refletir bem a Sua imagem? Se assim for, confesse seus pecados e peça a Deus para criar um coração limpo e puro dentro de você.
  • De que forma você é tentada a colocar a atenção sobre si mesma, em vez de Deus?
Eu adoraria ouvir o que você tem a dizer sobre isso nos comentários abaixo!


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Este post é uma tradução de um artigo de Kristen Clark publicado originalmente no Blog “Girl Defined”, traduzido e publicado em Português  no blog Juventude Presbiteriana e reproduzido com permissão da autora e tradutora.
* Kristen Clark tem 27 anos de idade e há 3 é casada com o amor da sua vida, Zack Clark, e não poderia estar mais feliz. Ela ama uma boa xícara de café e não se cansa de amêndoas cobertas com chocolate meio amargo. Ela é co-fundadora do Ministério GirlDefined com a sua irmã Bettany Baird e ama estudar o desígnio e propósito de Deus para as garotas.
Traduzido por: Bruna Bugana
Revisão: Flávia Silveira


Fonte: http://www.mulherespiedosas.com.br/selfies-sedutoras/

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Radicais, graças a Deus

Sempre que vou levar ou pegar minha filha na escola passo por esta árvore da foto ao lado. Embora haja uma enorme quantidade de árvores no trajeto, essa em especial se destaca e sempre chama minha atenção, por uma característica específica: suas raízes. Elas são tão robustas e vigorosas que conseguiram fazer algo aparentemente impossível: levantaram a calçada de concreto e pedras, removendo completamente do lugar pedaços sólidos e maciços do chão. Toda vez que observo aquele bloco de rocha quebrado, me pego pensando na importância de ter raízes fortes e inabaláveis. Na vida do cristão, essa é uma realidade bíblica.

Não sei se você sabe, mas a palavra “radical” se refere a “raiz”. Por isso, quando você diz que alguém é “radical” em suas opiniões, isso significa que tal indivíduo tem raízes bem fincadas naquilo em que crê. É interessante que, nas últimas décadas, nossa sociedade passou a enxergar alguém “radical” sob uma óptica negativa. O “radical” deixou de ser um indivíduo consciente, que não negocia seus valores, firme em suas crenças, sólido em suas virtudes; passou a ser alguém tapado, intransigente, intolerante, desagradável, fundamentalista e chato.

A vontade que dá diante dessa realidade é a de tornar-se uma pessoa light, não radical, do tipo que quer agradar todo mundo. Seria mais fácil e conveniente. A questão, porém, é que Jesus é extremamente radical.

Você consegue ver, nos evangelhos, Jesus negociar aquilo em que crê? Não é o que enxergo. Vejo um Cristo firme, com raízes muito bem fixadas, que mantém-se fiel a sua ética e a seus valores, não importa a situação. Jesus não barganha favores, não negocia a solidez de seu chão, não cede ante argumentos, ameaças ou riscos. Ele foi até o fim, custasse o que custasse – e custou bem caro: o preço de sangue.

Hoje as posturas do Cristo não são bem vistas na sociedade, em função, claro, do pecado que nos cerca e, também, do momento histórico em que vivemos. No século 20, surgiu um movimento filosófico chamado “existencialismo” que influenciou enormemente o modo de a civilização ocidental (em que eu e você vivemos) enxergar o mundo. Pensadores influentes, como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir (foto), defendiam que nada é absoluto, tudo é relativo. É o que se chama “relativismo”. Segundo esse pensamento, eu tenho a minha verdade, você tem a sua e tudo está bem. Essa ideia faz com que eu seja o deus do meu universo, pois aquilo em que creio tornam-se dogmas inquestionáveis. O existencialismo criou ideias como “todos os caminhos levam a Deus” ou “não importa o que você crê, a verdade é a sua verdade”. Soa lindo, se o existencialismo não fosse antibíblico, pois o cristianismo tem conceitos absolutos, enquanto no existencialismo tudo é relativo.

Esse pensamento invadiu a mentalidade das pessoas e hoje colhemos os frutos amargos de viver em uma sociedade em que tudo é relativo. Porque os meus e os seus valores bíblicos absolutos tornaram-se malvistos. “Radical” deixou de ser um elogio e passou a ser um palavrão. Se tivermos uma crença inabalável e se não negociarmos o que é inegociável vão nos olhar de cara feia. Mas é impossível ser cristão e não ser radical. Então prepare-se para pagar o preço de ter raízes profundas no evangelho.

É fundamental frisar um aspecto extremamente importante dessa questão: ser radical não tem nada a ver com uma imagem que em nossos dias tem conquistado cada vez mais espaço entre nós, cristãos. De alguns anos para cá, passamos a acreditar que ser radical é ser agressivo, é atacar quem discorda de nós com palavras e um modo de ser ofensivos. Por entendermos que o cristão tem de ser radical, assumimos um comportamento verborrágico, de botar o dedo na cara de quem diverge de nossas opiniões, de ofender cristãos ou não-cristãos que não compartilham nossas ideias. Entenda, por favor: ser biblicamente radical não é nada disso. O cristão com raízes bem fincadas em Cristo é manso, humilde, argumenta sem elevar o tom de voz, usa de amor e graça com todos – todos. Ser radicais nas nossas crenças e posturas absolutamente não significa ser uma pessoa desagradável, que vive gritando, acusadora, de cenho carregado, o “dono da verdade”. O radical dialoga, com paz no coração e carinho na voz, para levar os demais ao conhecimento da verdade. Infelizmente – mas infelizmente mesmo – vivemos em meio a uma geração que usa redes sociais, YouTube, blogs, programas de televisão e rádio e até púlpitos para disseminar uma agressividade incompreensível “em nome de Deus”. Não é esse o caminho. Isso é um erro.

Ser um cristão radical – ou seria melhor dizer “fiel”? – tem seu preço. Mas é um preço de abnegação e, muitas vezes, sofrimento. É negar-se a si mesmo diariamente, tomar sua cruz e seguir Jesus. Quer ser um cristão radical? Então você tomará um bofetão e terá de dar a outra face. Farão mal a você e você terá de fazer o bem a seus agressores. Os elogios cruzarão seu caminho, mas você terá de viver em humildade. O poder chegará a suas mãos e você precisará lavar os pés de seus subordinados. Seu marido será imperfeito e a submissão não deixará de vigorar. Sua esposa será problemática mas ainda assim você a amará como Cristo amou a Igreja. Seus pais errarão em muitas coisas e ainda assim você terá de honrá-los. Ser radical é perdoar, preferir os outros em honra, fugir de vãs discussões, não deixar o sol se pôr sobre a sua ira, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Isso é ser radical – e agir como a Bíblia manda exigirá muito de você. Prepare-se.

Há outros caminhos? Sim, há. Você pode trair suas convicções. Pode negociar com o mundo. Pode agir conforme os valores da sociedade secular. Pode fazer tudo igual a todo mundo e diferente do que a Bíblia estabelece como padrão cristão. É possível? Sim, é. Mas, quando a tentação de não ser radical chega, lembro-me daquela árvore e me pego pensando no que teria acontecido com ela caso suas raízes não fossem tão fortes. Provavelmente, o peso das pesadas placas de pedra a esmagaria. A força do chão a manteria pressionada e sabe Deus o que ocorreria àquela árvore. Creio que morreria, pois não conseguiria suportar por muito tempo. Acredito que o mesmo ocorre com o cristão cujas raízes são fracas e não têm forças para firmá-lo quando chegam as tentações, as dificuldades e os desafios da vida: ele definha espiritualmente e se torna uma sombra pálida daquilo que Deus espera de cada um de nós.
Aquela árvore sempre me lembra de que nossas raízes têm de estar cravadas em Cristo, sem ceder um milímetro sequer. Sempre. A todo dia. A toda hora. A todo instante. Só assim teremos forças suficientes para quebrar o rígido e forte peso do pecado, das fraquezas, dos problemas. Peço a Deus que, pela força da cruz, sejamos sempre amorosos, graciosos, benignos, amáveis, pacificadores, perdoadores, caridosos e… radicais.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari 

Blog: Apenas1

http://apenas1.wordpress.com/2014/05/19/radicais-gracas-a-deus/

sexta-feira, 4 de julho de 2014

“Mamãe Devia Ter Me Ensinado a Depender Financeiramente do Meu Marido – Parte 2″ por Simone Quaresma

 

Ainda não leu a Parte 1? Leia aqui: http://teologia24horas.blogspot.com.br/2014/05/mamae-devia-ter-me-ensinado-depender.html


Robert Jenkins Onderdonk (American painter, 1852-1917) Mrs E B Chandler in Her Room c 1899Medo de perder o provedor
 
Este é um motivo muito digno, em princípio. Ter medo que seu esposo a abandone ou morra, não pode, no entanto, ser um sentimento que governe a sua vida. Quando Deus estabelece padrões, ele os estabelece para que os cumpramos, não para que fiquemos conjecturando se são ou não seguros para nós. Não podemos entrar no casamento já nos planejando para ser abandonadas. Não podemos pautar nossas vidas nas possíveis tragédias que possam nos sobrevir. Você sai de casa todos os dias se planejando para não voltar, temendo morrer no caminho? Deixa roupas preparadas e comida pronta para sua família sobreviver sem você durante a primeira semana, caso algo terrível te aconteça? Não? Mas isso pode REALMENTE acontecer! As chances de morrermos todos os dias, são muito maiores do que as chances de permanecermos vivas! E o que nos faz agir como se fôssemos terminar o dia de hoje? Pode parecer um exemplo exagerado, mas não é. Se não vivemos assim quanto ao dia da nossa morte, por que precisamos viver assim quanto ao dia de amanhã?
 
Como podemos resistir ao “mantra” repetitivo que ouvimos todos os dias: “você não pode depender de homem”, “você precisa dar seu jeito de se manter independente dele”, “o que acontecerá com você e com as crianças se ele for embora?”?? Como não ser contaminada pelas idéias feministas de autonomia e de cada um por si? Como não sermos assombradas pelo medo de nosso marido nos abandonar e nos deixar passar fome? Em primeiro lugar, devemos nos lembrar que desde que o mundo é mundo, estas covardias acontecem. Não é exclusividade da nossa era ter homens irresponsáveis e egoístas que abandonam suas famílias. Por outro lado, sabemos que o Senhor é quem nos sustenta, não o nosso trabalho ou o de nosso marido. Ele é quem provê o pão de cada dia! Foi Ele quem alimentou o povo no deserto durante 40 anos. Será que esquecemos esta verdade? Será que temos confiado em nosso próprio braço para suprir aquilo que é mais essencial à vida humana, que é o alimento cotidiano? Será que temos procedido como os pagãos, que não têm Deus e precisam se calçar de todas as artimanhas possíveis para manter seu sustento e sua vida? Se você tem se esquecido de quem realmente tem colocado o pão em sua mesa todos os dias, vale à pena lembrar do ensino das Escrituras a este respeito: “não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam.  Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?” Mateus 6.25-30. Que este ensino tranqüilize o nosso coração, e tire de nós a prepotência de achar que somos nós que provemos alguma coisa! Quanto ao dia de amanhã? “ Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.  Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Mateus 6.31-34. Nosso dever é obedecer ao chamado do Senhor no desempenho de nossos papéis, o suprimento e o cuidado diário vêm de suas bondosas mãos.
 
Desejo de manter o padrão de solteira
 
Este é outro dilema enfrentado pelos jovens que pensam em se casar. Eles desejam ter, no primeiro ano de casados, aquilo que seus pais só obtiveram depois de anos de muitas lutas e privações. Os casais de alguns anos atrás se casavam para construir a vida juntos. Eles não tinham carro, casa ou viagens maravilhosas de lua de mel. Os casais de hoje, influenciados pela forma de pensar deste mundo que serve e ama Mamom, têm um padrão muito elevado a perseguir. Sua casa tem que ser própria, com móveis planejados, porcelanato no piso, televisões gigantes na sala. O requinte e o luxo se espalham pela cozinha, com eletrodomésticos de última geração e também pela garagem com um carro zero estacionado. Não importa que a renda do marido não seja suficiente. Se a vida de solteiro tinha estes privilégios, a vida de casados precisa, a qualquer custo, seguir este padrão. A esposa precisa, então, gerar renda para manter estes luxos. A maternidade é adiada e a vida à dois se resume a escassos e furtivos momentos juntos. Eles precisam ganhar dinheiro. Eles não podem ter menos do que tinham anteriormente. Eles não podem começar de baixo.
 
Os pais têm falhado em ensinar estas lições a seus filhos. Os pais não querem que seus filhos passem pelo aperto que eles passaram no começo da vida e tentam protegê-los das lutas que virão. Mal sabem eles que, agindo desta forma, estão tirando dos filhos o privilégio e a honra de passar por situações difíceis juntos, de crescer juntos e de construírem uma vida juntos. Mamãe deveria ter me ensinado que quando eu me casasse eu não teria todas as mordomias que estou acostumada a ter no meu lar de origem, que levou décadas para obter este padrão. Mamãe não deveria tentar me poupar de situações que são necessárias à vida de qualquer jovem em começo de casamento.
 
Quando uma moça se dispõe a seguir um rapaz, tornando-se sua esposa, deveria estar ciente de que está se desligando por completo de sua família de origem e passando a ser uma só carne com ele e com o padrão de vida dele! Já pararam para pensar nisso, meninas? Quando você se casa, deve estar disposta a viver com o salário que seu marido ganha e deve se contentar com o tipo de vida que ele pode te dar. Se você acha que não será feliz se casando com um rapaz mais simples, que ganha pouco, que lhe dará uma vida sem luxo, você tem duas opções: não se casar com ele, ou mudar seu coração, que está posto no dinheiro e no conforto. Se você não está disposta a rever seus valores, é melhor que não se case com ele, do que se casar pensando que pode dar um jeito na situação sendo a provedora. “Eu tenho mais gosto pelo estudo do que ele, então não tem problema. Eu faço um concurso público, ganho bem, e ele não precisará se preocupar em prover os luxos que preciso. Eu cuido disso.” Já ouvi estas frases dezenas de vezes de moças que se casam com rapazes pobres e que não têm perspectivas de crescimento profissional ou intelectual. Ela cuida desta parte. E da parte dela, quem cuida?
 
Se não estamos dispostas a viver com o salário de nosso marido, precisamos rever o que a Bíblia fala sobre riqueza, sobre as reais necessidades que temos, assim como o Apóstolo Paulo nos ensinou: “ porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” Filipenses 4.11-13
 
Desejo de ter o que os amigos têm
 
Logo de cara este parece ser um aspecto pouco nobre, mas se formos analisá-lo à fundo, nós podemos  cair nesta armadilha sem nos darmos conta! Trabalhar fora para completar a renda do marido, pode ser um discurso disfarçado de vários pecados. Por acaso você já se pegou entristecida por sua amiga ter trocado de carro? Já se pegou pensativa, com a cabeça longe, enquanto outra amiga conta como conseguiu quitar a casa própria? Quantas vezes você  se doeu por seus filhos não terem tido o privilégio de viajar pelo mundo como os filhos de sua vizinha? Seu grupo de amigos da igreja passam férias juntos em um hotel que você não pode pagar? Pagam curso de inglês para as crianças, natação, judô, balet e uma escola de alto nível? Por acaso o quarto da filha de sua irmã é um quarto dos sonhos, enquanto sua menina divide o quarto com mais dois irmãos, com móveis de segunda mão? Como seu coração pecaminoso lida com estas diferenças? Você se alegra por eles e se contenta com a situação que DEUS colocou sua família? Ou será que você quer endireitar as coisas, dando uma forcinha no orçamento doméstico? Qual a motivação do seu coração? Do que sua família realmente necessita?
 
 A palavra necessidade parece ser muito relativa nos dias de hoje! Precisamos tomar cuidado com isso, afinal, neste discurso, podemos inverter valores. Deus sabe do que realmente necessitamos. E cá pra nós, uma viagem à Disney está longe de ser uma necessidade. Uma festa deslumbrante de 15 anos não pode ser considerada como algo de valor supremo, sem a qual sua filha não poderá viver, a menos que você já tenha trocado o Deus a quem você serve! Sobre isso, a Palavra de Deus tem muito a nos dizer e ensinar. Se você tem se encantado demais com as riquezas deste mundo e seu coração não consegue estar contente com sua situação, preste bastante atenção às preciosas palavras que o Senhor deixou registrada para nós: “… grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” I Timóteo 6.6-8 . Este texto mostra que uma vida piedosa promove um lucro excepcional, muito maior que qualquer bem que o dinheiro possa comprar.
 
Será que temos nos contentado e temos sido gratas ao Senhor por termos o básico? Será que temos sido gananciosas e cobiçosas a ponto de não reconhecermos que o Senhor tem nos suprido, como Ele prometeu, não de luxo, mas do que temos necessidade? Será que não temos desejado coisas que Ele não nos prometeu e que talvez não sejam reservadas para nós nesta vida? Será que temos nos contentado em cumprir nosso chamado, mesmo às custas de algum conforto à mais, ou temos simplesmente menosprezado a vocação de ajudadora e mãe para sermos provedoras de luxos? Será que seu trabalho excessivo tem suprido o arroz com feijão em uma situação limite, ou tem suprido futilidades? Talvez você não esteja cumprindo seu papel plenamente apenas para dar a seus filhos roupas de marca,  brinquedos caros, viagens exóticas, restaurantes da moda e escolas tops. Analise com critério sua situação. Analise o que realmente são necessidades lícitas e o que é imposição de um mundo que ama o conforto e o luxo. Quem disse que seus filhos precisam ter tudo que seus coleguinhas têm? Quem disse a você que eles serão menos realizados e felizes se não tirarem férias em hotéis deliciosos a cada fim de ano? O que te leva a pensar que os prazeres lícitos que este mundo pode dar, são mais valiosos que sua presença constante e afável, que seu colo macio e seu perfume de mãe? Porque você acharia que um curso de inglês é mais importante do que o ensino diário e cuidadoso das Escrituras em cada pequena situação diária? Se você pensa assim, cuidado!
 
Quando nosso coração está posto nas coisas terrenas, mais do que nas celestiais, nas que não são ordenadas por Deus, corremos perigo! Jesus nos explicou de forma magistral o que acontece com os tesouros que cultivamos neste mundo: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;  mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;  porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Mateus 6.19-21. Onde está, querida irmã, o seu tesouro? O que tem sido o alvo de sua vida? Em que seu coração está posto? Pelo que você tem se desgastado? O que tem te deixado exausta, coisas eternas como o investimento na alma de seus filhos, ou coisas que os ladrões poderão levar? Portanto, da próxima vez que você disser que não pode se dedicar aos filhos e a seu marido porque precisa completar a renda da família, pense bem se esta resposta está calcada em necessidades ou em futilidades, que passarão tão rápido quanto as férias de verão que custaram uma fortuna. Aprenda a viver com menos. Não sinta inveja de famílias que têm mais que você. Dê valor ao que é eterno. Não se encante tanto com as coisas que o dinheiro pode comprar. Lembre que o Filho do Homem não tinha sequer onde reclinar a cabeça. Lembre-se que a Casa com a qual você precisa se preocupar não está à venda, não depende do seu trabalho, mas lhe foi garantida à preço de sangue! Cuide para que seu coração não seja pervertido por coisas vãs.
 
Não pense que escrevo tudo isso porque minha situação é confortável. Não, não é! Tive que aprender à duras penas a me contentar com o que minha realidade podia me dar. Vinda de uma família que nunca teve problemas financeiros,  no terceiro ano de casada, meu marido deixou de ser um bem remunerado sargento do Exército para se dedicar ao ministério. Logo tive que aprender na prática o que Paulo ensinou a Timóteo: “Tendo sustendo e com que nos vestir, estejamos contentes.” I Timóteo 6.8.  Meu marido é pastor de uma igreja pequena e dá aulas de língua Portuguesa algumas vezes na semana para complementar a renda. Temos quatro filhos, não temos casa própria, o carro que dirigimos não é nosso e tudo que precisamos comprar tem que ser planejado com antecedência, tudo na ponta do lápis. Nossos filhos vestiam as roupas que ganhavam, estudavam nas escolas que podíamos pagar, não fizeram cursos de línguas. Nunca vamos em família a um restaurante (a menos que outro irmão pague a conta) mas nos dividimos, para que a cada mês, um possa ter este privilégio. Sei bem o preço que uma mãe paga quando opta por deixar sua carreira para se dedicar à função designada por Deus a ela. Sei qual é o preço de não poder dar todo o conforto que gostaria de dar aos filhos, de vê-los chorando por não poder ter o brinquedo ou um tênis que todos têm. E sabe qual é o preço? Ensinar a seus filhos contentamento. Ensinar o que tem verdadeiramente valor aos olhos de Deus. Ensinar que os tesouros mais preciosos de todos, não estão à venda. Ver meu dever cumprido sem distrações, e assistir o progresso na fé de meus filhos, vê-los servindo ao Senhor com todo o coração só me faz afirmar com maior vigor: eu escolhi a melhor parte, e esta não me será tirada!
 
Gostaria de terminar deixando para você a exortação que Paulo faz aos que têm seu coração nas riquezas. Não aos ricos, somente, mas também àqueles que têm seu coração nas riquezas, mesmo sendo pobres: “ Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores… Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.” I Timóteo 6.9-10 e 17-19

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simoneSimone Quaresma é casada há 24 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Congregação Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro.
Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas (22 anos), Israel (20 anos), Davi (18 anos) e Júlia (16 anos). Ela mantém o blog Se Eu Gostasse de Ler…  de leituras diárias para os jovens da Congregação pastoreada por seu marido; trabalha com aconselhamento e estudos bíblicos com as mulheres da Congregação.
 
 
Fonte: http://www.mulherespiedosas.com.br/depender-financeiramente-do-meu-marido-2/

terça-feira, 1 de julho de 2014

Um esclarecimento sobre os jogadores que oram a "Oração do Pai Nosso"


Por Denis Monteiro


É muito comum vermos os jogadores orando em campo diante de uma decisão, quando vão entrar no lugar de outro jogador e/ou quando vai começar o jogo, eles fazem uma roda, falam algumas palavras de incentivo e oram a "Oração do Pai nosso".

O problema em si não é o fato de que cada um exerça a sua fé - bom, sabemos que a fé verdadeira deve ser, totalmente, voltada para Deus em Cristo Jesus - mas por eles orarem a "Oração do Pai nosso" e, por conseguinte, os evangélicos que estão assistindo se alegrarem com isso.

Então, aqui vão algumas considerações sobre a "Oração do Pai nosso"; não é um estudo "sistemático" sobre esta oração, mas uma parte dela, na qual ninguém presta atenção.

A "Oração do Pai nosso" começa justamente com a frase, "Pai nosso...". Por que "Pai nosso"?

A oração se inicia com o sentido de confiança e humildade. Confiança por chamar Deus de Pai, não só como criador, mas como providenciador de nossas necessidades. Mas, acima de tudo, quando O chamamos de Pai, é pelo respeito que devemos ter por Ele. E assim, a nossa humildade de reconhecermos que necessitamos diariamente de um único Pai.

Mas quando O chamamos de Pai, devemos entender esse "Pai" por que Ele é o criador de toda a humanidade, pois a Bíblia chama alguns de filhos por causa da morte expiatória de Cristo, onde que, por esses que Cristo morreu, serão:Eleitos, Chamados, Regenerados, Convertidos, Justificados, Adotados, Santificados, Perseverantes e Glorificados.

Nem todo o mundo pode chamar Deus de "Pai".


• A Bíblia é clara em mostrar que os que são Seus filhos são nascidos de Deus: "Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." João 1.13.
• Estes que são nascidos de Deus, também foram predestinados para serem adotados: "E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,"Efésios 1.3.
• E todos aqueles que são nascidos de Deus, predestinados para serem adotados por Cristo Jesus e recebem o Espirito Santo, podem clamar "Aba, Pai", porque recebemos o Espirito de Adoção (Rm 8.15; cf. Gl 4.6).

Calvino, diz:

A primeira regra em toda oração consiste em apresentar-se a Deus em nome de Cristo, pois neste nome ninguém pode ser-lhe desagradável.
Ao chamar a Deus de Pai nosso, já pressupomos o nome de Cristo.
Mais ninguém no mundo é digno de apresentar-se a Deus e de aparecer perante seu rosto. Este bom Pai celestial, para livrar-nos de uma confusão que inevitavelmente nos turbaria, nos deu como mediador e intercessor a seu Filho Jesus. Detrás dos passos de Jesus podemos aproximar-nos a Ele confiadamente, tendo plena certeza de que não será rejeitado nada do que peçamos em nome deste Intercessor, pois o Pai não pode negá-lhe nada.[1]

Então, podemos concluir, de que se alguém não se encaixa da ordem descrita acima e nem Cristo é o centro de sua vida, logo, não deve chamar Deus de Pai. Porque somente por Cristo, como o centro de nossas vidas, podemos nos achegar a Deus e chama-LO de "Pai".

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Nota:
[1] João Calvino, Breve Instrução Cristã.


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Fonte: Bereianos